terça-feira, 29 de dezembro de 2015

10 Espumantes Para a Noite de Fim de Ano

A noite de fim de Ano pede Espumante. Muitos dirão que pede Champagne, mas eu prefiro ir pela máxima que diz "O Que É Nacional É Bom" e escolher apenas espumosos portugueses. A verdade é que em Portugal se produzem Espumantes de elevada qualidade e, cada vez mais, temos um variado leque de escolha que nos permite uma escolha consoante o nosso gosto, região ou casta e, não menos importante, a nossa carteira.
Foi assim que, dos espumantes que provei e bebi no decorrer deste ano, resolvi sugerir, por ordem alfabética, 10 que, de alguma forma, cheguem à maior diversidade de consumidores possível.

A. HENRIQUES 70 ANOS GRANDE RESERVA BRUTO 2006 BRANCO | BEIRAS | 12,5% | PVP 12,90€
CAVES DA MONTANHA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA WINES 9297, GARRAFEIRA 5 ESTRELAS

ALIANÇA BAGA-BAIRRADA RESERVA BRUTO 2013 BRANCO | BAIRRADA | 12,5% | PVP 7,90€
ALIANÇA VINHOS DE PORTUGAL, SA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA ESTADO LIQUIDO

ENCONTRO SPECIAL CUVÉE BRUTO 2010 BRANCO | BAIRRADA | 12,5% | PVP 22€
QUINTA DO ENCONTRO SOC VITIVÍNICOLA, LDA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA ESTADO D'ALMA, GARRAFEIRA 5 ESTRELAS

LOPO DE FREITAS BRUTO 2010 BRANCO | BAIRRADA | 12% |  PVP 18,50€
CAVES DOS SOLAR DE SÃO DOMINGOS, SA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA WINES 9297

QUINTA DO BOIÇÃO SPECIAL CUVÉE EXTRA BRUTO 2008 BRANCO | BUCELAS | 12,5% | PVP 12,99€
ENOPORT PRODUÇÃO DE VINHOS, SA
ONDE COMPRAR: LOJA DO PRODUTOR BUCELAS
     
QUINTA DO GRADIL BRUT NATURE 2013 BRANCO | LISBOA | 12,5% | PVP 9,99€
QUINTA DO GRADIL SOCIEDADE VITIVINÍCOLA, SA
ONDE COMPRAR: LOJA DO PRODUTOR

QUINTA DO POÇO DO LOBO BRUTO NATURAL ARINTO CHARDONNAY 2013 BRANCO | BAIRRADA | 12,5% | PVP 7,50€
CAVES SÃO JOÃO SOCIEDADE DOS VINHOS IRMÃOS UNIDOS, LDA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA WINES 9297

QUINTA DOS ABIBES SUBLIME BRUT NATURE 2009 BRANCO | BAIRRADA | 12,5% | PVP 25€
QUINTA DOS ABIBES, LDA
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA CAV,

REAL COMPANHIA VELHA CHARDONNAY e PINOT NOIR BRUTO 2013 BRANCO | 12% | PVP 19€
REAL COMPANHIA VELHA
ONDE COMPRAR: EMPOR SPIRITS & WINE GARRAFEIRA

VÉRTICE MILLÉSIME BRUTO 2009 BRANCO | DOURO | 12,5% | PVP 22,95€
CAVES TRANSMONTANAS
ONDE COMPRAR: GARRAFEIRA NACIONAL

Boas escolhas e não se esqueçam que se não encontrarem estes à venda, existem muitos outros que serão também uma escolha acertada.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

W Awards 2015 | Nomeado para a Categoria Melhor Blog de Vinho em 2015

Os W Awards de Aníbal Coutinho voltam a marcar presença no final do ano com os nomeados para as diversas categorias eleitas a reconhecimento. Como em edições anteriores, praticamente no cerrar de portas de mais um ano, chegam os nomeados para Melhor Blog de Vinho.
Em 2015, o Blog Comer, Beber e Lazer volta a estar entre os 10 melhores desta categoria e, em boa verdade, isto representa já de si um momento para um sorriso de um lado ao outro da face. Independentemente de tudo, é sempre engraçado ver que se aparece e se leva uma bela palmadinha nas costas.
Sinal que ainda há alguém a ler Blogs!

Os nomeados este ano foram (por ordem alfabética): 
Airdiogo Num Copo
Avinhar
Bebes.Comes 
Clube De Vinhos Portugueses
Comer, Beber e Lazer
Copo de 3
Enófilo Militante 
Joli - Wine & Food Activist
Os Vinhos 
Pingas No Copo

Podemos não concordar com todos, podemos dizer que faltam alguns, mas no fim de contas os critérios são do Aníbal Coutinho e por isso estão todos de parabéns!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Vila Santa Reserva 2013 Tinto

VILA SANTA RESERVA 2013 TINTO | ALENTEJO | 14% | PVP 9,90€
ARAGONEZ, TOURIGA NACIONAL, SYRAH, CABERNET SAUVIGNON, ALICANTE BOUSCHET
JOÃO PORTUGAL RAMOS, SA
90 / 100

Colheita após colheita, os vinhos Vila Santa Reserva têm vindo a brindar o consumidor com vinho onde a satisfação é garantida e onde a frescura do terroir de Estremoz chega com assinatura do Alentejo. Homenagem à Rainha Santa, que por terras de Estremoz viveu no século XIV, apresenta cor rubi-granada, intenso e concentrado e de aspecto jovem.
Revela aromas a fruta vermelha e preta bem madura, notas florais bem colocadas, assim como as notas provenientes do estágio em barrica se encontram em boa proporção e bem integradas com as notas mais quentes da fruta.
Na boca um tinto com corpo, ligeira cremosidade, macio ao toque, com taninos presentes sem marcar em demasia o palato e onde a fruta aparece fresca, madura num conjunto cheio de elegância. Cativa pela presença de boca, o seu final longo e fresco e a versatilidade à mesa, mostrando-se capaz de acompanhar tanto um peito de Peru no forno, como um Cabrito Assado com mais gordura e mais exigente a nível de acidez.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Quinta Vale D. Maria VVV Valleys na Revista Paixão Pelo Vinho de Dezembro

E mais um artigo com a minha assinatura na Revista Paixão Pelo Vinho. Este mês, as novidades da Quinta Vale D. Maria ocuparam a minha atenção, e o novo vinho Quinta Vale D. Maria VVV Valleys branco e tinto lá estão com um destaque especial.
Hoje, dia de Natal, como todo o comércio está encerrado, aceda tranquilamente à edição online totalmente grátis da revista e leia esta e todas as restantes publicações na mesma. 


Boas leituras e continuação de umas Boas Festas.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Feliz Natal e Bom Ano Novo 2016

E estamos naquela altura do ano outra vez. Mais do que aquilo que se come e se bebe, o que importa é com quem o fazemos. Um brinde a todas as mesas! 
O Blog Comer, Beber e Lazer deseja a todos um Feliz Natal e o Bom Ano Novo de 2016 cheio de novos Desafios e Sucessos! Tchim, Tchim!!!

Feliz Natal - Merry Christmas - Joyeux Noel - Feliz Navidad - Froliche Weihnachten‏

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Cabriz Colheita Selecionada 2013 Tinto

CABRIZ COLHEITA SELECIONADA 2013 TINTO | DÃO | 13% | PVP 3,99€
TOURIGA NACIONAL, TINTA RORIZ, ALFROCHEIRO
DÃO SUL SOC VITIVINÍCOLA, SA
88 / 100

São 25 os anos de história comemorados pelos vinhos Cabriz neste ano de 2015. Com eles a mudança de imagem, mais jovem e sóbria que a anterior, mais directa e com o nome CABRIZ a merecer todo o relevo. Muda a imagem e mantém-se um dos trunfos principais desta gama, ou seja, a relação qualidade-preço que continua a manter bem próximo de si o consumidor que procura um vinho para o consumo diário, com qualidade e que não leve a bolsa à ruína.
Cor rubi intenso, média concentração, mais aberto na auréola, aspecto limpo e de lágrima bem expressiva. Nariz com fruta vermelha madura e fresca dominante, leve floral e notas de turfa e algum vegetal em fundo. Na boca está pronto a beber, taninos presentes, polidos e com alguma cremosidade, fruta no ponto e comprimento de boca longo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Quinta do Cardo 2014 Branco

QUINTA DO CARDO 2014 BRANCO | BEIRA INTERIOR | 13% | PVP 4,49€
SÍRIA
AGROCARDO, SA
90 / 100

O branco feito a partir da casta Síria da Quinta do Cardo já a algum tempo que vinha, colheita após colheita, a marcar a sua posição como um dos brancos de referência da região. Um pouco escondido atrás de uma imagem "old fashion" aproximou-se agora mais do consumidor reformulando a sua imagem, mais cativante e directa, mas também mais ao encontro do método biológico e orgânico como o mesmo foi produzido.
Muda a roupagem e, felizmente, mantém o perfil. Um branco de altitude, de cor limonada, com nuances esverdeades e de aspecto limpo. No nariz marcam posição as notas frutadas, citrino e maça verde principalmente, algum perfumado de traça floral e um fundo mineral, pedra lascada bem agradável e harmonioso. Boca com acidez estaladiça, a secar o palato, com ligeiro corpo e untuosidade, com muito sumo citrino e maça verde, cheio de frescura e de final fresco e duradouro. Um must Buy, must Taste, must know!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Real Companhia Velha Apresenta Novidades no Restaurante Gambrinus

A Real Companhia Velha continua a apostar na construção de um portefólio diversificado, mas coerente e com produtos que marquem a diferença e que sejam verdadeiramente únicos. Neste sentido, apresentou recentemente as novidades que são a prova viva do constante atingir da meta estabelecida. 
O local escolhido foi clássico e intemporal Restaurante O Gambrinus que procurou, numa ementa selecta e cheia de classe, harmonizar cada vinho com o prato ideal para companhia. Também aqui, o sucesso foi atingindo, mostrando-se cada particularidade de cada vinho, bem ligado às particularidades de cada prato, ganhando a experiência no seu conjunto.

As novidade foram cinco, sendo que três delas novidades absolutas. O espumante Chardonnay & Pinot Noir Bruto e o late harvest Grandjó novas colheitas já no mercado, os restantes rótulos novos a conhecer.
 Ninguém melhor que o Director de Enologia Jorge Moreira, o Responsável de Viticultura Rui Soares e o bem carismático Responsável de Marketing Pedro Silva Reis para as apresentarem aos presentes com a devida envolvência e conhecimento de todo o processo até à chegada dos vinhos aos nossos copos.
REAL COMPANHIA VELHA ESPUMANTE CHARDONNAY & PINOT NOIR BRUTO 2013 BRANCO | 12% | PVP 19€
CHARDONNAY, PINOT NOIR
REAL COMPANHIA VELHA
Cor ligeiramente adamada, salmão claro, de bolha muito fina e intensa. Nariz com aromas delicados a maçã, marmelo, algum fermento e bolacha de manteiga, alguma redução, quase pólvora e cheio de mineralidade. Boca com espuma cremosa, leve, com bom comprimento e frescura. Na continuação da colheita anterior, com bastante leveza e finess.

REAL COMPANHIA VELHA SÉRIES MOSCATEL OTTONEL 2014 BRANCO | DOURO | 12% | PVP 15€
MOSCATEL OTTONEL
REAL COMPANHIA VELHA
Cor amarelo citrino, aberto, de aspecto límpido. Aroma floral intenso, muita rosa, mais do que o moscatel galego, toque mineral, alguma pedra que aparece em fundo. Boca com boca acidez,  mineral, com boa secura, muito elegante e fresco. Um moscatel diferente, menos pesado, mais mineral, vivaz e com pronuncio de longevidade.

EVEL XXI GRANDE RESERVA TINTO 2012 | DOURO | 14,5% | PVP 40€
TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA, VINHAS VELHAS
REAL COMPANHIA VELHA
Cor retinta, violetas escuros e concentrados, auréola marcada,  limpo. Aroma elegante, fruta vermelha e preta madura, com notas florais perfumadas, com aromas provenientes do estágio em barrica completamente integradas, grande equilíbrio. Boca cheia, grande opulência, corpo, sedutor, macio, com taninos a fazerem notar-se a meio da prova, aparecendo muita fruta fresca, equilíbrio,  álcool praticamente escondido, final longo.

QUINTA DE CIDRÔ MARQUIS 2012 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP 40€
TOURIGA NACIONAL, CABERNET SAUVIGNON
REAL COMPANHIA VELHA
Cor vermelhão intenso, concentrado, fechado, de violetas escuros e definidos, de lágrima bem definida.  Aromas ainda um pouco fechados, muito delicado,  com a fruta vermelha bem ligada com notas de pimentão, fresco e muito equilibrado.  Boca cheia de pujança, taninos presentes, seca a boca e pede mais um copo, fruta em topo. Final brutal num tinto de altitude no Douro com muita frescura.
GRANDJÓ LATE HARVEST 2012 BRANCO | DOURO | 13% | PVP 19€
SÉMILLON
REAL COMPANHIA VELHA
Cor amarelo intenso, com laivos dourados e âmbar novo, aspecto limpo. Aroma complexo, botrytis presente, fruta passa, melados, ainda assim com elegância. Boca cheia e volumosa, doce, mel, fruta passa, com acidez perfeita a equilibrar o conjunto embora, no final de boca, talvez se pedisse ainda um pouco mais. A última colheita tinha sido 2008, bem haja para este regresso.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Cistus Reserva 2011 Tinto

CISTUS RESERVA 2011 TINTO | DOURO | 14,5% | PVP 9,99€
TINTA RORIZ, TOURIGA NACIONAL, TOURIGA FRANCA
QUINTA DO VALE DA PERDIZ SOCIEDADE AGRÍCOLA, LDA
16

Quantificar o número de vezes que terei passado por aquela estrada a caminho de Carviçais, saindo de Torre de Moncorvo, e olhado para o meu lado esquerdo e direito para admirar as vinhas da Quinta do Vale da Perdiz e as da Vinha do Reborêdo, lá no alto resistindo ano após ano aos incêndios nos pinhais, é talvez uma tarefa inglória, mas o facto é que desde miúdo, finais dos anos 80 e inicio de 90, me habituei a esta paisagem e me habituei a que, de quando em vez, lá fosse parar à mesa uma garrafa deste produtor do qual tinha orgulho por ser mesmo ali da Terra.
Só mais tarde o passei a beber e a conhecê-lo verdadeiramente, reconhecendo nos seus vinhos qualidade em todas as gamas.
O Cistus Reserva 2011 surge agora no mercado mostrando que saber esperar é uma virtude. Apresenta cor rubi carregada, concentrada e com violetas escuros. No nariz surge em primeiro plano a fruta vermelha e preta madura, especiarias bem colocada, com notas leves de baunilha, boa frescura e a fazer esquecer que no contra-rótulo aparece 14,5º de álcool. Na boca a experiência sobe um patamar. Corpo bem feito, volumoso, com boa acidez e com a fruta a aparecer madura, mas fresca fazendo com que se apresente equilibrado e mesmo elegante. De final longo acompanhou um prato de Outono-Inverno, com uma grelhada de cogumelos frescos e carne de porco no forno. E portou-se lindamente!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Quinta do Javali Old Vines | De 2005 a 2012 A Vertical Que Se Pedia

A Quinta do Javali situa-se na margem esquerda do Rio Douro, em Nagoselo do Douro, São João da Pesqueira. Vinhas com declive acentuado, com cerca de 20 hectares onde dominam as castas mais habituais da Região do Douro, ou seja, Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca e Tinto Cão.
A produção incide sobre os Douro DOC e os Portos. Daqui saem vinhos que se adequam bem ao nome da quinta, cheios de força, muito tanino marcante e muito virados para a mesa da cozinha desta região. Para além disso, vinhos com um potencial de guarda imenso. 
O Old Vines (Vinhas Velhas) é uma das gamas DOC Douro da Quinta do Javali com mais anos de existência e com mais consistência de colheita para colheita. Sempre feitos em lagar com pisa a pé, a uva é numa primeira fase seleccionada na vinha e depois, novamente, na adega. O vinho, antes de passar às luzes do mercado estagia durante 20 meses em barrica de carvalho francês. 
Confesso, deste já, que este é um dos tintos que tenho na minha lista de vinhos com a etiqueta de "Obrigatório Para Qualquer Enófilo", pelo que, fazer uma vertical onde apenas faltaram as colheitas de 2004, porque está esgotado até no produtor, e 2006, porque não houve colheita Vinhas Velhas neste ano, foi algo de solene.

Impressionaram-me o 2007 e o 2011 por tudo aquilo que demonstram ainda ter e o 2012 pelo potencial que demonstrou ter. Todos eles com o carácter e perfil que reconheço a estes vinhos. Vinhos para durar, para serem bebidos durante muito tempo e com uma vertente gastronómica excelente.

O Quinta do Javali Vinhas Velhas 2005  demonstra ainda jovialidade pela cor rubi de concentração média com aromas ainda cheios de fruta madura e frescura surgindo na boca vivaz, corpulento, ligeiramente amaciado pelo tempo,mais redondo, mas com 10 anos em cima e sem revelar a sua idade por completo.
Por seu lado, o  Quinta do Javali Vinhas Velhas 2007, uma pouco à semelhança do 2005, apresenta cores ainda muito jovens, marcado por nuances violáceos, e núcleo concentrado. Aromaticamente complexo, elegante, com fruta e notas do estágio em barrica perfeitamente ligadas. Palato vivaz, corpulento e cremoso, apetece mastigar.  Repito. Para durar e durar na garrafeira, escondido, para fugir à tentação.
Com o Quinta do Javali Vinhas Velhas 2008 uma colheita mais quente. A mesma jovialidade, no entanto com fruta mais madura tanto no nariz como na boca. Pareceu-me mais pesado, menos intenso e mais curto que os restantes. Não deixando de ser um grande vinhas velhas foi aquele que menos me cativou.
Passando ao Quinta do Javali Vinhas Velhas 2009 de cor granada e violetas escuros bem definidos e intensos. No nariz marca a fruta vermelha e preta bem madura, complexo, desafiante, tostados e especiarias em evidência, algum cacau e caixa de tabaco. Na boca surpreende, cheio, cremoso, enche-nos completamente a boca e dá vontade de mastigá-lo, trincá-lo, sentir toda a sua fruta, num equilíbrio notável.
O Quinta do Javali Vinhas Velhas 2010 mostra-se novo de cor, praticamente opaco, intenso e concentrado. Aromas com bastante fruta preta, tostados bem ligados, especiarias e novamente notas de cacau, folha de tabaco e pico de frescura a elevar o conjunto. Na boca os taninos marcam presença, dizem presente e continuam a dizer que lá estão. Enche o palato, arrebata-nos com o qualidade da fruta e com o equilíbrio e elegância que apresenta apesar de pensarmos na força do Javali.
O Quinta do Javali Vinhas Velhas 2011, para mim um dos que está num momento de excelência a par com o 2007, mostra cor rubi, de violetas carregados e opaco. No nariz fruta vermelha e preta a mostrar-se bem ligada com a madeira, floral e fresco, alguma giesta, perfumado. Boca demonstrando elegância, a fruta está fresca, intensa, tostados bem ligados, grande equilíbrio, complexidade e garante de satisfação.
Por último o Quinta do Javali Vinhas Velhas 2012 que se apresenta ainda criança. Respira juventude desde a sua cor, completamente opaco e retinto, à prova de boca, ainda com taninos muito marcados, adstringentes, a secar por completo a boca e a fazer-nos sorrir em antecipação daquilo que será com mais algum tempo de descanso na garrafa. Auspicio de grande evolução e mais um Vinhas Velhas com a raça e força do Javali.
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QUINTA DO JAVALI OLD VINES/VINHAS VELHAS
TINTA RORIZ, TOURIGA NACIONAL, TINTO CÃO, TOURIGA NACIONAL
DOURO | TINTO
SOCIEDADE AGRÍCOLA QUINTA DO JAVALI, LDA
PVP: 38€ (colheita actual no mercado 2012)

sábado, 12 de dezembro de 2015

Restaurante Delicias de Gôa - Lisboa

Os sabores exóticos da cozinha de Gôa podem ser encontrados neste pequeno restaurante, mesmo na esquina da Rua do Conde de Redondo e a Rua Gomes Freire, a dois passos do edifício da Direção Geral da Policia Judiciaria, num local que não chama a atenção de quem passa e que por vezes passa até despercebido. 

Quem por ali passa, sem entrar, nem sequer imagina o que está a perder. Aqui se volta ao tempo em que Gôa era o centro do Império Português, onde as tradições se misturam e onde a cozinha reflete também essa simbiose entre Gôa e Portugal. Aliás, sou informado logo no inicio que este não é um restaurante de comida indiana, mas sim goesa, com a sua base em receitas familiares, passadas com o tempo até hoje. 

Ambiente familiar, muito familiar mesmo, chegando-se a um momento em que parece que estamos a comer em casa de um amigo que nos convidou para a sua mesa. Os sabores palpitam na boca à medida que vamos percebendo a história de cada prato, com explicações de pormenor pelo dono do restaurante que nos fazem querer continuar a conhecer cada prato da ementa. Sem dúvida uma experiência a não esquecer e a repetir.

Os Bojes. Bolinhos fritos de grão-de-bico, cebola e açafrão, ligeiramente picantes, estaladiços e viciantes.

As Chamuças do Delicias de Gôa são as melhores chamuças que alguma vez comi. Referi-o no momento em que as comia e volto a afirmá-lo. Estaladiças, crocantes, secas por fora e com a humidade no ponto no interior. Fazia o jantar só de chamuças.

De seguida, mais uma delicia de Gôa. Os Bajis Puris. Ainda quentes e com a preparação a nosso gosto. Mais uma vez um tempero incrível, intenso, mas ao mesmo tempo cheio de suavidade. Ligação maravilhosa. Cozinha simples e cheia de sabor.

O Camarão Recheado chegou logo de seguida. Cozinhados no ponto e com o recheio a conferir aquele toque exótico que esperava. Mais uma vez sabores muito equilibrados e cozinhados na perfeição.
O ritual de aromas e sabores goeses prosseguiu com o Caril de Camarão acompanhado por uma salada mista não menos deliciosa. O arroz branco perfeito e o caril com boa textura, equilibrado de sabor, suave, com camarão de bom porte e a pedir o belo do pedaço de pão para o pecado do molhinho.

Foi já por pura gula que provei ainda os dois pratos seguintes.  O primeiro prato de carne, o Sarapatel de Porco, com os pedaços de carne cortados bem pequeninos, com molho envolvente, cheio de sabor, a pedir que lá volte só para lhe dar atenção.

 Depois, o regresso ao peixe, com o Ambotic de Cação onde mais uma vez brilham os ingredientes, as especiarias e a cozinha cuidada e atenta. Houvesse mais tempo e barriga e podia continuar a noite toda a ficar surpreendido com um prato atrás do outro.

Por último as sobremesas. A Bebinca, de preparação e confeção demorada, mas que depressa se comeu. Com as camadas bem nítidas, sem ser de excessivo doce e na quantidade certa.

O Gelado de Manga refrescou e limpou no final o palato. A manga madura marca a boca, limpando-a do travo mais especiado deixado pelos pratos anteriores e a frescura do gelado mantém o adocicado equilibrado.

Para quem é apreciador deste tipo de cozinha este é um restaurante a colocar na lista. O pormenor do livro de receitas bem antigo e manuscrito é um must e uma verdadeira pérola que funciona como uma verdadeira máquina do tempo.
Sabores autênticos numa casa onde se é sempre recebido com um sorriso e onde nos sentimos verdadeiramente em casa.
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DELICIAS DE GÔA
Morada: Rua do Conde de Redondo, Nº 2D, LISBOA
Telefone: + 351 961 491 521
Tipo de Cozinha: Goesa
Copos de Vinho Adequados: Sim
Estacionamento: Difícil ao almoço; fácil ao jantar
Preço Médio p/ refeição: 20€ (sem MB)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Blog 2011 Tinto

BLOG 2011 TINTO | ALENTEJO | 14,5% | PVP 25€
ALICANTE BOUSCHET, TOURIGA NACIONAL, OUTRAS
TIAGO MATEUS CABAÇO E CABAÇO
17

De regresso a um vinho que já não bebia a algum tempo. Estive com ele no ano de saída para o mercado e embora o tivesse considerado em muito bom plano, o certo é que fiquei a pensar que ainda precisaria de algum descanso em garrafa para estar no seu melhor. Voltei neste último terço do ano a ele e para meu contentamento estava correcto.
De cor ainda de intensos rubi e violetas concentrados, revela aromas com fruta vermelha e preta madura, com boa frescura,ameixas pretas, balsâmico fresco, tostados leves, barrica completamente ligada e bem ligada. Na boca está agora num grande momento, cheio de vida, com taninos redondos, amaciados, untuoso, com grande dose de fruta madura fresca, mantendo-se equilibrado, elegante e fresco. Está pronto. Final de boca longo.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Herdade do Esporão Verdelho 2004 Branco

HERDADE DO ESPORÃO VERDELHO 2004 BRANCO | ALENTEJO | 13,5% | PVP -€
VERDELHO
FINAGRA, SA
92 / 100

E agora para algo completamente diferente. Um momento que direi de pornográfico de tanto prazer que me deu a beber. A pergunta que faço é se haverá por aí alguma alminha ainda com garrafinhas destas por casa perdidas que tenha a gentileza de me convidar para a beber. Nem sequer digo provar. Afirmo. Beber! Beber e desfrutar.
Um branco com cerca de 11 anos de idade que me agarrou pelos aromas e que pela boca me fez refém. Que frescura de boca, que vivacidade e que elegância de conjunto. Mais um bota abaixo em relação a algumas coisas que por aí vou ouvindo. O vinho branco não envelhece com qualidade? Ai não que não envelhece. O vinho do Alentejo não envelhece com qualidade? Ai não que não envelhece. Conclusão: venham de lá esses convites que eu levo o petisco.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ferrer Bobet Selecció Especial Vinyes Velles 2010 Tinto

FERRER BOBET SELECCIÓ ESPECIAL VINYES VELLES 2010 TINTO | PRIORAT,(ESPANHA) | 14,5% | PVP 55€
CARIÑENA
FERRER BOBET, SI
93 / 100

De vez em quando vou conhecer os vinhos de nuestros hermanos e os Ferrer Bobet mostram-se, cada vez mais, uma compra segura e reveladora de grande qualidade e imenso prazer ao beber.
Vinhas Velhas, 100% casta Cariñena, uma variedade que produz vinhos com muita cor, grande acidez e de taninos muito marcantes.
Aberto com algum tempo, revelou cor rubi bastante concentrada e intensa, praticamente opaco. No plano aromático a fruta preta silvestre madura mostra-se em bom plano, amoras, groselha, ameixa preta, complexo, com a barrica bem integrada, soube-se colocar, e com uma mineralidade e frescura incríveis para um vinhas velhas que espera mais pesado. Na boca está um jovem rebelde e raçudo, novíssimo, com uma estrutura, acidez e taninos que anunciam desde logo o seu potencial de envelhecimento. A fruta silvestre madura marca presença de forma fresca e sempre em harmonia com o conjunto, com as notas da madeira a envolverem a boca de forma elegante, com final de boca longo, cheio de personalidade, nervoso e a pedir que se chegue à mesa com prato fortes, com carnes vermelhas, assados e boa companhia.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

XX Mostra Gastronómica da Caça no Concelho de Mora

A cerca de uma hora de viagem da cidade de Lisboa, o concelho de Mora recebe desde 28 de Novembro até 13 de Dezembro a XX Mostra Gastronómica da Caça. Num evento já com tradição, aqui a cozinha da caça é bem tratada e recomendada, sendo assim uma boa oportunidade para se provar os melhores pratos de Caça do Concelho de Mora nos Restaurantes aderentes.

Delicias como Ensopado de Veado, Faisão à Solar, Sopa da Panela de Pombo Bravo, Javali no Forno, Perdiz com Castanhas ou Lebre com Grão e Nabos podem ser provadas, em pleno Alentejo, algumas seguindo o receituário mais tradicional e outras, já com um toque mais actual, mas que não deixam de agradar ao amante da gastronomia de Caça.

Em Mora os restaurantes Afonso, Morense, Quinta do Espanhol, O António e o Solar dos Liláses; em Pavia os restaurantes O Forno e Solar de São Dinis; em Cabeção os restaurantes A Palmeira, O Fluviário e o Solar da Vila; e em Brotas o restaurante O Poço são a meca da cozinha da caça por esta altura pelo que todos estes aromas e sabores mais outonais esperam desde já pela sua visita.